Salmo 68(69),2-22.30-37
O zelo pela
vossa casa me devora
Deram vinho misturado
com fel para Jesus beber (Mt 27,34).
2 Salvai-me, ó meu Deus, porque as águas *
até o meu pescoço
já chegaram!
–3 Na lama do abismo eu me afundo *
e não encontro um
apoio para os pés.
– Nestas águas
muito fundas vim cair, *
e as ondas já começam
a cobrir-me!
–4 À força de gritar, estou cansado; *
minha garganta já
ficou enrouquecida.
– Os meus
olhos já perderam sua luz, *
de tanto esperar
pelo meu Deus!
–5 Mais numerosos que os cabelos da cabeça, *
são aqueles que
me odeiam sem motivo;
– meus inimigos
são mais fortes do que eu; *
contra mim eles
se voltam com mentiras!
– Por acaso
poderei restituir *
alguma coisa que
de outros não roubei?
–6 Ó Senhor, vós conheceis minhas loucuras, *
e minha falta não
se esconde a vossos olhos.
–7 Por minha causa não deixeis desiludidos *
os que esperam sempre
em vós, Deus do universo!
– Que eu não
seja a decepção e a vergonha *
dos que vos buscam,
Senhor Deus de Israel!
–8 Por vossa causa é que sofri tantos insultos, *
e o meu rosto se
cobriu de confusão;
–9 eu me tornei como um estranho a meus irmãos, *
como estrangeiro
para os filhos de minha mãe.
–10 Pois meu zelo e meu amor por vossa casa *
me devoram como
fogo abrasador;
– e os insultos
de infiéis que vos ultrajam *
recaíram todos eles
sobre mim!
–11 Se aflijo a minha alma com jejuns, *
fazem disso uma
razão para insultar-me;
–12 se me visto com sinais de penitência, *
eles fazem zombaria
e me escarnecem!
–13 Falam de mim os que se assentam junto às portas, *
sou motivo de canções,
até de bêbados!
14 Por isso elevo para vós minha oração, *
neste tempo favorável,
Senhor Deus!
– Respondei-me
pelo vosso imenso amor, *
pela vossa salvação
que nunca falha!
=15 Retirai-me deste lodo, pois me afundo! †
Libertai-me, ó Senhor,
dos que me odeiam, *
e salvai-me destas águas
tão profundas!
=16 Que as águas turbulentas não me arrastem, †
não me devorem violentos
turbilhões, *
nem a cova feche a boca
sobre mim!
–17 Senhor, ouvi-me pois suave é vossa graça, *
ponde os olhos sobre
mim com grande amor!
–18 Não oculteis a vossa face ao vosso servo! *
Como eu sofro! Respondei-me
bem depressa!
–19 Aproximai-vos de minh’alma e libertai-me, *
apesar da multidão dos
inimigos!
=20 Vós conheceis minha vergonha e meu opróbrio, †
minhas injúrias, minha
grande humilhação; *
os que me afligem estão
todos ante vós!
–21 O insulto me partiu o coração; *
não suportei, desfaleci
de tanta dor!
= Eu esperei que alguém
de mim tivesse pena, †
mas foi em vão, pois
a ninguém pude encontrar; *
procurei quem me aliviasse
e não achei!
–22 Deram-me fel como se fosse um alimento, *
em minha sede ofereceram-me
vinagre!
30 Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! *
Que vosso auxílio me
levante, Senhor Deus!
–31 Cantando eu louvarei o vosso nome *
e agradecido exultarei
de alegria!
–32 Isto será mais agradável ao Senhor, *
que o sacrifício de
novilhos e de touros.
=33 Humildes, vede isto e alegrai-vos: †
o vosso coração reviverá,
*
se procurardes o Senhor
continuamente!
–34 Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor
de seus cativos.
–35 Que céus e terra glorifiquem o Senhor *
com o mar e todo ser
que neles vive!
=36 Sim, Deus virá e salvará Jerusalém, †
reconstruindo as cidades
de Judá, *
onde os pobres morarão,
sendo seus donos.
=37 A descendência de seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo
nome do Senhor *
dentro delas fixarão
sua morada!